foto 1. aspecto de uma discordância angular.
e foi assim, sem avisar ninguém que decidiram bascular as camadas e meter a erosão ao barulho. só depois é que deixaram ir-se depositando novo material por cima...
os calceteiros até gostaram da ideia, diziam que já lhes doía as costas de estarem sempre a calcetar calçada sempre na mesma direcção e mudaram de rumo. a beata? é a escala, obviamente.
http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteudo=D#
5 comentários:
Boas fotos Sr Catarino!
Mas vamos lá ver uma coisa...
Na primeira foto onde está a escala?!?! =P
Hasta!
não sei se o Fernando Pessoa tem razão no que diz, mas para mim quer as pedras sejam poetas ou não, ou até mesmo pensem, o que é certo é que são excelentes contadoras de histórias! aqui vai o poema dele..
Dizes-me: tu és mais alguma cousa
Que uma pedra ou uma planta.
Dizes-me: sentes, pensas e sabes
Que pensas e sentes,
Então as pedras escrevem versos?
Então as plantas têm idéias sobre o mundo?
Sim: há uma diferença.
Mas não é a diferença que encontras;
Porque o ter consciência não me obriga a ter teorias sobre as cousas;
Só me obriga a ser consciente.
Se sou mais que uma pedra ou uma planta? Não sei.
Sou diferente. Não sei o que é mais ou menos.
Ter consciência é mais que ter côr?
Pode ser e pode não ser.
Sei que é diferente apenas.
Ninguém pode provar que é mais que só diferente.
Sei que a pedra é a real, e que a planta existe.
Sei isto porque elas existem.
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram.
Sei que sou real também.
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram,
Embora com menos clareza que me mostram a pedra e a planta.
Não sei mais nada.
Sim, escrevo versos, e a pedra não escreve versos.
Sim, faço idéias sobre o mundo, e a planta nenhumas.
Mas é que as pedras não são poetas, são pedras;
E as plantas são plantas só, e não pensadores.
Tanto posso dizer que sou superior a elas por isto,
Como que sou inferior.
Mas não digo isso: digo da pedra, "é uma pedra",
Digo da planta, "é uma planta",
Digo de mim, "sou eu".
E não digo mais nada. Que mais há a dizer?
A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.
Basta existir para se ser completo.
Tenho escrito bastantes poemas.
Hei de escrever muitos mais, naturalmente.
Cada poema meu diz isto,
E todos os meus poemas são diferentes,
Porque cada cousa que há é uma maneira de dizer isto.
Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não meu perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada.
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.
Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.
Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;
Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem estorvo,
Nem idéia de outras pessoas a ouvir-me pensar;
Porque o penso sem pensamentos
Porque o digo como as minhas palavras o dizem.
Uma vez chamaram-me poeta materialista,
E eu admirei-me, porque não julgava
Que se me pudesse chamar qualquer cousa.
Eu nem sequer sou poeta: vejo.
Se o que escrevo tem valor, não sou eu que o tenho:
O valor está ali, nos meus versos.
Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade.
Alberto Caeiro
7.11.1915.
muito bonito mixó...
fico feliz por fazer com as minhas imagens te impulsionem a mostrares-me poemas cmo este.
um beijo e muito obrigado
sr joão guerreiro! claro, grande observador...ainda pensei que escapasse :)
bom, considera as plantinhas...já não é mau!!
abraço!
As tuas comparações de imagens geológicas com outras são muito bem aplicadas. Continua!
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